O amor é Paixão? Seria a paixão - Amor?
Não sei! Ou
sei!? O amor é aquele eterno e insistente
desesperado de se dar protegendo... Sempre, com o carinho de ver o outro mais
feliz que nós
mesmos!
A
paixão é uma loucura inconsequente, sempre desejando mais. Quando o amor é brisa a paixão é furacão... O amor quer e
tem medo de
violar, a paixão precisa violar para se sentir satisfeita. O amor é o se sentir dentro do outro sem machucar -
jamais.
A paixão deseja estar sempre o mais
profundamente... Sendo insana!
Desesperadamente deseja tudo num segundo.
Se
o amor se contenta com uma alvorada ou
um poente, a paixão não
dispensa nenhum
dos dois, mas quer mãos
acariciando, curvas, relevos sendo percorridos, grutas
exploradas... Até sentir a umidade da alma. Da alma?! Talvez.
O amor é sonho
lindo de viver o céu
ainda aqui na terra e depois continuá-lo infinitamente... A paixão o sonho desesperado.
À deriva no cérebro, alucinando e impulsionando o sexo na angústia nervosa... O medo de perder uma felicidade frágil
e ameaçada.
O
amor é revestido da ilusão da sua eternidade. A paixão tem
consciência exata do efêmero - e do vir a ser de tudo, sabe
do futuro imprevisto, tanto pode vislumbrar um oceano de amor todo sorrisos, quanto soçobrar num mar de lágrimas,
mas finge ironicamente ignorar
até as evidências na ânsia louca
de sobreviver... O amor
é uma ternura indescritível. A paixão a loucura indefinível.
O amor sonha sem pressa em termos de
eternidade e sente em si mesmo, o sol da vida... A paixão está sempre sob
o fio da navalha: receia, treme, angustia, dilacera,
encanta, impulsiona, sangra... A paixão é o sonho da ilusão desvairada.
O amor se contenta com um olhar,
acariciar
os cabelos, um telefonema, um e-mail, uma foto de dez anos atrás,
pode sobreviver em um até logo, num adeus com promessas de
regresso.
A
paixão dispara o coração, acelera o cérebro, desespera a alma,
intumesce os seios e vai descendo instintivamente para alcançar o seu objetivo essencial
- na cama.
O
amor procura os mistérios alma, a
paixão a revelação do corpo... O amor sublima o desejo em uma rosa, numa flor, num sorriso...
A paixão não se satisfaz nem com o fruto - quer também
o caroço, o caule, as folhas - tudo.
O
amor enquanto sonha suspira, a paixão a desejar transpira. O amor tem o rítmico da
canção, a ternura da ilusão, a confiança da esperança. É doce até na
saudade! A paixão é celerada, é o agora, agora, o tudo ou nada, está a frente do
tempo, não
usa bússola, quer tudo no momento com o desespero de quem vai morrer
amanhã.
Pode falar de amor quem já amou e
de paixão quem se apaixonou... Você não compreendeu nada? Espere um pouco,
deixe o amor chegar. Verá que os sorrisos são
cúmplices... As mãos se procuram, as pernas tremem, o coração
enlouquece, partes ficam úmidas ou tesas. O amor é paixão? A paixão é
amor? O amor é desejo? O amor começa
num beijo? A paixão só se
realiza na cama? O Amor é infinito? A paixão é
efêmera? Ambos podem levar aos sorrisos ou as lágrimas? Não sei! Ou sei!? Talvez.
Edvaldo Feitosa
(Direitos autorais reservados sob o nº 180859)
*Fundação Biblioteca Nacional*
Gostou
desta Crônica?
Envie para quem Você Ama.
Envie o endereço aos seus
amigos (as) ou para seu Amor.
Pelo MSN - ou através do seu E-mail
http://www.edpoeta.com.br/cronicas_12.htm
|