Você acha ridículo o romance virtual, está
certo. É mesmo! Insensatez?! Mas cuidado, já se interrogou
profundamente sobre isto?
Não perderia tempo com tamanha tolice? Correto. Ainda mais o amor virtual poderá se
transformar em vício... Talvez a neurose do 3º milênio.Todavia
o amor virtual pode fazer brilhar os olhos
intumescendo-os de prazer? Ecoar na alma e levá-la ao transe do delírio e ao desejo na loucura de uma ilusão quase real?
Poderá ser recheado de paixão e de
esperanças que se frustrarão na melancolia do encanto
inexoravelmente desbotado pelo tempo?!
E o pior é que nunca saberemos se
levamos a parceira, alguma vez, ao orgasmo virtual-real e
nesta interrogação insana, vive-se as mais loucas quimeras dos
tempos modernos...
O teclado do
computador, no desencanto
fica inerte, a tela do MSN deserta, resta um nome que não faz mais parte
da nossa agenda virtual, um E-mail absolutamente inútil e um
número que foi deletado por um dos dois ou ambos.
Lágrimas... Será? Sorrisos -
existiram? Reais ou virtuais? O virtual é o espírito
do real ou é vice-versa? Pergunta ridícula! Não é
mesmo? A ilusão, a saudade, os sonhos, o amor... São reais ou
virtuais?!
E o após!? O terrível na vida é o que
fazer com o depois... Este monstro voraz a nos deixar
perplexos.
Porém a vida tem que continuar - a vida
é real. É mesmo?! A repetição desta pergunta é ridícula! Mas
quem sabe se a gente não tem que ser ridículo para
ser feliz... Isto é insano? Pura fantasia? Talvez. Onde está a linha que separa o real do virtual?! O que não
é ridículo?
Parece! A alma humana é virtual.Você já beijou uma alma?
Fez sexo com ela? Se ela é virtual... No amor virtual
fazemos sexo com a alma?! Apenas usamos o corpo (as mãos teclando e os olhos recebendo as mensagens) para arder o
corpo em desejos numa ridícula esperança de uma presença
que existe... Ou não existe? O que existe o real ou o virtual?
Você sabe? Se não sabe não se preocupe eu também não sei.
Apenas a recordação... Sensação
de um vazio nunca preenchido por uma miragem
que duvida da sua própria existência. É como a morte de
uma ilusão que nem sabemos se algum dia nasceu, quantos
dias viveu e nem se morreu.Tudo se resume a um indeterminado Se. Um condicional
infinito, doloroso e ridículo!
As promessas de encontro foram reais ou
virtuais? Enquanto falávamos de amor... Poderias (quando dizias
que a conexão havia caído), estar fazendo sexo real em tua
cama com outro... Isto também é ridículo?
Certamente! Mas é impossível?
O que eu fazia nestes momentos. Sentia os
desejos que dizia ou estava amando outra mulher, excitado pelas tuas
palavras eróticas e sensuais - insinuações... Vou te devolver a cruel dúvida - não saberás
jamais. O que é real ou virtual o possível ou o
impossível? O impossível existe? O possível é sempre
possível?!
Afinal... Vale a pena
arriscar num amor virtual se é assim tão ridículo?
Depende de você, da sua insensatez, da sua insanidade, do seu fogo nunca extinto, da sua solidão, da
sua carência em ouvir frases lindas ou eróticas,
porque tudo é risco: A vida, o futuro, o presente até as lembranças do passado.
Mas é possível amar
virtualmente? "Ser ou não ser eis a questão".
O amor é sempre um fogo incendiando (corpo e alma?!).
Desejos ressuscitando esperanças e revigorando ilusões sem as
quais a vida é um deserto tedioso de lembranças estéreis
que nem contêm saudades por serem recordações inúteis.
A virtualidade é como uma miragem de um
sonho que emerge da penumbra - lá das
entranhas do nosso subconsciente, portanto, existem
alvoradas virtuais, poentes, primaveras, verão, inverno e
outono... Existem?
Agora devolva os meus sonhos
trocados pelos seus que não foram virtuais e nem reais... As minhas ilusões eu tentei te ofertar inutilmente... Os desejos morreram sem se sentirem realizados no gozo do ato
real e talvez nem no virtual... Por que?!
Estes sonhos não te servem, sonhos
lindos das ilusões mais loucas ao ponto de serem
essencialmente ridículas... Não tens coragem de
subir no pódio do ridículo... Ele está num pedestal onde só os desesperados de amor, os gênios e
os loucos ousam chegar.
Não creias que o romantismo e o lirismo estejam ultrapassados. Eles são a essência dos desejos fundamentais
chamados de felicidade - cujo nome real e virtual é ilusão.
Poetei os
teus olhos com a ingenuidade de um adolescente. Senti o calor da
tua boca nos meus lábios sedentos, confundindo a minha ilusão
sobre o virtual e o real! Poetizei os teus seios
com a ansiedade de um fascinado.Desejei o teu
"montinho” com o tesão de um encarcerado, numa solitária,
há mais dez anos sem receber jamais visitas femininas. Nem mesmo
virtuais, uma vez sequer.
Não lembras? Não importa - eu também quase esqueci! Sonhos inúteis? Jamais... Os sonhos
são as únicas realidades da vida sinalizadas pela bússola
chamada ilusão, alimentada pela energia
universal da eterna esperança.
Se eu sonhei e os sonhos não
morrem porque são virtuais... Eles voltarão para mim e serão insanamente ofertados a outros amores virtuais -(ridícula... Insensatez! ).
Mas se você não sonhou terá simplesmente o nada. Porque a vida é apenas uma quimera ingênua e ridícula da
ilusão na esperança de encontrar um grande
amor.
Você concluiu... A
coisa mais ridícula é o medo de ser ridícula e quer saber se
merece parabéns ou pêsames? Ah! Vai ficar na
"saudade". Terá que descobrir vivendo, amando,
sorrindo, chorando, sendo ridícula... Real ou virtualmente?
Reticências (...). Ponto final.
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