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A vida seria apenas fases sucessivas
de um faz de conta? A gente nasce inocente e sem ambição! Nada interroga e
certamente é muito feliz! Mas logo não se conforma com a paz existente na mais
santa ingenuidade. Conseqüentemente - iniciam-se infinitas interrogações
eternas... Então - Imaginamos ser um e único e depois haveremos de compreender
sermos apenas o um de um todo - que é uno e ao mesmo tempo múltiplo.
Destas interrogações brota a
faceta chamada ideal: um caminhar, correr, voar, sofrer, sonhar.
Enfim, a
bússola a nos orientar ao tudo ou ao nada, de criança feliz ao adulto que se
julga preparado para os grandes embates; para os temas mais transcendentais,
para os sonhos mais ambiciosos. Para tanto é preciso seguir, mas não sabemos o
que é seguir nem voltar! Seguir ou voltar para aonde se ninguém sabe o início do
fim nem o fim do começo? Então nos precipitamos no mundo do faz de conta:
planejar, filosofar, idealizar, pesquisar... Torna-se uma alienação!
Angustiante necessidade – e,
a vida inicia o seu desvario rumo ao extremamente grande ou ao infinitamente
pequeno. É imprescindível ao homem imaginar que sabe muito bem o que está
fazendo... Surgindo assim a ilusão. A ilusão é o melhor combustível da vida
seguida de sua prima a esperança.
Na infância, somos um pouco
humildes perguntamos e acreditamos; sem ambições ilimitadas, conhecemos pouco
da vaidade humana, das leis morais e da imoralidade, imaginamos todos iguais,
desejamos somente o indispensável, todos os sonhos são possíveis quando
acreditamos na felicidade! O amor haverá de ser sempre a bússola recheada de
quimera e esperança que orienta infalivelmente o porto...
Adolescentes... Acreditamos
tudo poder se transformar em luz. Imaginamos magicamente saber separar
perfeitamente a luz das trevas e quantas vezes, nos perdemos... Tentando,
apenas, nos encontrar
Na Idade Adulta - ainda...
O amor mais intenso, as juras mais ardentes, os sonhos mais impossíveis, as
indecisões mais arrebatadoras... O mundo inteiro cabe dentro de dois olhos, a
vida pode ser trocada por um sorriso, a alma por um carinho: é um nada em
perpétuo vir a ser – são os sonhos parindo ilusões contínuas.
A vida há de ser um Sonho
continuado... Quimeras contínuas e, nós mágicos capazes de transformar
anseios em botões que desabrocharão em rosas... É a felicidade num até logo,
tudo nos parece muito real e velejamos nestes barcos de sonhos, nas ondas das mais
promissoras das Ilusões: a Esperança!
Mas... Haveremos de crescer
e um dia iniciarmos a nos preocupar com o tal imponderável - plano inclinado...
Chamado Outono. Ambicionamos atingir o absoluto... Sermos únicos heróis, todos
os troféus, todas as delícias, todas as riquezas, todos os direitos, todos os
amores, todas as atenções. Queremos absolutamente tudo e, às vezes, voltamos de
mãos vazias ou cheias do nada... Seria a mesma coisa? Seria este o espetáculo da
vida. O apenas caminhar indefinidamente no mundo do faz de conta... Vaidade
apenas vaidade e vento que passa...
Não creio na fatalidade e vou além, você pode transformar sua vida num
paraíso é só procurar desesperadamente até encontrar uma grande paixão, mas se
esta for apenas uma ilusão - procure a verdadeira indefinidamente... Mesmo que
não a encontre morrerá feliz com a esperança de encontrá-la. A desgraça da vida
é perder a Fé na ilusão.
Para evitar este fim trágico, o melhor é você se manter, com a sabedoria dos
velhos, a ingenuidade das Crianças e os sonhos dos adolescentes. Ou seja -
compreender... A vida é um processo em constante mutação e renovação. Portanto,
ela é e haverá de ser sempre - o Maior presente do Criador.
Edvaldo Feitosa
(Direitos autorais reservados sob o nº 180859)
* Fundação Biblioteca Nacional *
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