A globalização
Protesto
Inútil
Será que
temos futuro? Será que temos tempo para pensar? Será que poderemos parar o
tempo? Será que temos tempo para
voltar? Será que ainda podemos
prosseguir? A história não pára nunca, voltar jamais! Eis o dilema.
Sendo assim, o nosso destino já foi traçada
pela mão da fatalidade? Seremos
capazes de quebrar os laços atávicos e criar um futuro essencialmente isento de passado? Eis a grande ironia dos tempos em
todos os tempos! Somente o futuro dirá.
A humanidade marcha para um destino glorioso ou para um abismo? O que é que se está globalizando?
A paz? A solidariedade? A fé? A saúde? A igualdade? Os sonhos mais simples e
lindos dos homens exponenciais da humanidade?
Ou a perspectiva
de uma guerra mundial? A ferocidade do homem contra o homem? A superstição
bem manipulada? A epidemia mundial das doenças inclusive - AIDS? A diferença
entre os mais ricos e os mais pobres - agora miseráveis! O desamor levado ao
extremo com os estupros e sequestros, a
intolerância secular travestida de pudores morais e resquícios religiosos seculares.
As descobertas científicas proliferam
com tal velocidade que nos deixa - a todos, despreparados para qualquer análise.
Ficamos atônitos diante de tantas transformações e apenas sentimos a cada
dia, que nos tornamos mais vulneráveis, pobres e infelizes.
Não sondo
oráculos nem jogo búzios, não possuo bola de cristal... Nem é preciso. Para
adivinhar dias sombrios, épocas
sinistras, futuro previsível sem
consultar... Extraterrestres! Nostradamus
ou Apocalípticos.
Estamos vivendo tamanhas transformações que mais parecem contos de ficção
científica, no mais belo estilo futurista... Porém o mais estarrecedor é
todos termos a certeza que
caminhamos para um abismo e ninguém
a vislumbrar ou sugerir senão um caminho, pelo menos um atalho. Pois os
caminhos são areia movediça ou
simplesmente buracos sem fundo... Vivemos na perplexidade mais absoluta e
na mais absoluta perplexidade.
Assistimos impotentes e estarrecidos a violência se tornar banal e lugar
comum... Não é mais a vida que é manchete... É a morte que preenche todas as
colunas dos jornais e todos os programas de televisão... É a
morte provocada pela mais variada insensatez: o vizinho, o pai, o filho, a
esposa, o marido, as crianças... Os amantes, matam-se! Matam-se em nome do
amor, pois em nome do desamor seria coisa absolutamente normal que
nem renderia belas manchetes e, portanto assunto banal.
E
até os velhos, a droga, a bebida, o ciúme, a ambição,
a inveja ou o simples desejo de matar. É a morte provocada por
terroristas, por governantes; por poderosos grupos econômicos, por líderes
religiosos – são as “guerras santas”, ou “guerras diabólicas”;
sempre diabólicas e jamais santas.
É
esta a decantada civilização, da
qual somos no alvorecer do III milênio, os expoentes de todos os tempos da História
humana. Infeliz planeta este nosso, onde tantas loucuras se repetem sempre
apenas com um pequeno disfarce e
sempre em nome de uma verdade, cujos fins afins sempre levam milhares de pobres
incautos ao pelourinho e cujo resultado antecipado é o caos.
Parece, a humanidade está a
desejar ardentemente um suicídio global e talvez este seja o objetivo da
globalização - apenas das misérias.
Qual é o espetáculo que nos oferece a globalização: comunistas contra
comunista? Burgueses contra burgueses? Socialistas contra socialistas?
Religiosos contra religiosos? Todos contra todos?
A exploração desenfreada das superpotências sobre as subdesenvolvidas,
dos poderosos sobre o homem comum - sem poder algum.
A bomba mais aterradora na globalização do homem - é o homem...
Através de
uma robótica irracional o ser humano será destruído por esta nova arma arrasadora
de sonhos e ladra do próprio feijão e do pão...
Resta no momento o homem amedrontado, confuso, estático,
infeliz e impotente; batendo palmas para os seus ídolos que nunca foram tão de
barro! Para os seus líderes que nunca foram tão prepotentes e ineficazes! Para
as suas crenças que jamais foram tão inócuas e hipócritas!
É um clamor de
palmas para a insensatez, como loucos de olhos vendados dançando a beira do abismo, aplaudindo-se unanimemente,
numa irresponsabilidade própria
dos insanos.
Edvaldo Feitosa
(Direitos autorais reservados sob o nº 180859)
* Fundação Biblioteca Nacional *
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