Qualquer aventureiro amante da verdade confessa, já ouviu
dezenas de sim, mas também, alguns não. A conquista parece normal e é esquecida, mas
as recusas são guardadas
intrinsecamente
no
mais profundo do coração e da alma.
Mas... O caso da Srta. X. Foi o mais doloroso
e inesquecível Não – segundo o meu Clone... Ele
desabafou - foi como uma imensa espinha
atravessada na garganta da vaidade, a desdita maior foi a de haver sido a rejeição,
terna e, delicadamente, tão doce - quanto sincera... Ornamentada na mais
piedosa
indiferença...
O
não
quanto
mais carinhoso
- mais amargo
o sente a Alma.
Clamava o meu Clone! Como esquecer aquele piedoso sorriso - mais
parecia um punhal, cravado toda a lâmina, no centro do coração da
esperança, (Ah! Aqueles tristes segundos foram
séculos, momentos infinitos... Perpassaram a eternidade).
Para quem se habitua a conquistar sempre, a ilusão se torna a mais
crente das realidades e o limite vai se tornando elástico, na proporção
dos sonhos e dos desejos... Todas as conquistas não parecem somente
probabilidades, mas possibilidades factuais e, não aceitam jamais, serem
contrariadas.
O coração de um aventureiro é como uma pluma ao sabor do vento, não
está preocupada com a direção, a duração, a quantidade de ar nem a altura
da pluma. A única coisa que interessa é planar no éter da aventura, procurando não importa se ondas quase
brisas ou mar revolto.
Não é barco procurando porto, é apenas emotiva bóia que se contenta
em se agitar indefinidamente... Sem nenhuma bússola, não importando a agitação
ou calmaria ou se a água é doce
ou salgada .
Assim o meu Clone descreveu o ambiente... A noite era todo luar, dir-se-ia haver um pacto com a natureza, a jovem no portão fitando estrelas, os desejos pulsando desesperadamente como as lavas de um vulcão em plena atividade, a ilusão alimentando os sonhos - um momento mágico.
O
meu caminhar era como o deslizar de um tigre rumo à presa.
Estava
imbuindo da mais otimista certeza, era a mais fácil das
conquistas, mas foi
cruel
a
realidade e se
transformou na desilusão mais inesperada. E na decepção mais
desesperadora. O adeus
quando acontece, antes de
um esperançoso até logo. Confessou-me
em prantos...
Como dói (A realidade! E,
a gente ver as nossa maior ilusão
-
despedaçada).
Relembrou como a mais amarga das saudades... Ela no portão sozinha,
ternura absoluta, e Ele, esperança e Fé. Improvisou uma declaração tão violenta
quanto infantil. Ela à sua frente perplexa... Aturdida pelo tufão de palavras,
declamadas como borbotões - ao seu corpo, a sua alma e a sua vaidade, mas tudo inútil, constrangida
esboçou o mais lânguido dos sorrisos e indiferente, com
um tom de piedade... Solenemente
declarou - Você é a pessoa que mais eu desejo para amigo. Não existe dor
maior... Receber piedade
ou amizade
-
de quem se espera amor.
A sua derrota era indescritível... Ele estava Petrificado! Parecia, sua
alma havia sido arrancada de repente e atirada num abismo sem fundo... Cujo
futuro fosse cair eternamente abismo abaixo. Os seus desejos sofreram um
colapso, a sua pretensa felicidade estava em pane, a sua
ilusão
ainda queria dar
um até logo... Mas a realidade já lhe dava o adeus.
À vontade
dantesca de fugir
impedia os movimentos - já nem tinha a certeza de estar vivo... Em certos
fracassos o heroísmo consiste em conseguir recuperar
as forças e partir em disparada,
quando não
resta mais ilusão, nem uma esperança... Mas
diante de realidade tão cruel, nem a si
mesmo ele conseguia iludir e, isso doía e, o Petrificava .
Após mais essa experiência dolorosa e inesquecível, quando conseguiu, sentir-se aparentemente
vivo, constatou o Óbvio... Infelizmente, era apenas um morto ambulante,
porém - “vacinado” para sempre - contra o Amor - Imaginava.
Havia aprendido a mais dura lição com a Mestre - Vida. Ruminava consigo
mesmo... O Amor não correspondido é uma punhalada certeira no centro
do coração, ele concluiu chorando e, depois gargalhou ironicamente... Sem
jamais compreender o porquê!
Depois disso o meu Clone temia
não se apaixonar mais, procurou-me para se
aconselhar, estava aflito,
com muito medo de se tornar um Cínico.
Quando desolado, contou-me a sua
desventura em prantos... Eu o consolei
-
com
os
olhos marejando, com a
frase
ingênua,
de efeito duvidoso: O cínico é apenas
um romântico desiludido.
Ele fitando os meus olhos sorriu ironicamente e disse, simplesmente,
muito obrigado por nada... Inconsequentemente choramos e sorrimos juntos, como
se entre nós existisse alguma cumplicidade.
Não sei porque,
senti uma angústia, como se a metade de mim...
Houvesse
de repente - suicidado
inesperadamente.
Depois de muito tempo meu Clone descobriu... O Amor e as sementes precisam ser sepultados
para renascerem tenras Ilusões
e depois florescerem novamente, dependendo das condições e o clima tanto o
Amor como as Flores, como são esperanças no eterno e vital ciclo da vida, não desistem jamais
de renascerem espontaneamente...
Descobriu simplesmente... Em cada dia vivemos uma nova Vida... Compreendeu conscientemente, o belo da Vida é utilizar até o degrau Não... Para alcançar o topo do Pódio - SIM. A Imperdoável covardia é não amar apenas por medo de Amar. Enfim... Os degraus para subir e descer numa mesma escada são exatamente os mesmos.